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antarém tem uma grande tradição de doces conventuais, e no caso dos Pampilhos, bolos típicos da zona, encontra-os em qualquer pastelaria.
Os pampilhos caracterizam-se pelo seu aspeto peculiar, comprido e fino, e o sabor tradicionalmente português, conferidos pelo recheio de ovos-moles e canela.
Estes bolos foram criados em homenagem aos campinos do Ribatejo que usam uma vara comprida para conduzir o gado, a que se dá exatamente o nome de pampilho.
O seu recheio é de doce de ovos e canela, no entanto também existe a versão do pampilho composta unicamente por recheio de chocolate.
Tem forma retangular, medindo cerca de 19 cm de comprimento por 4,5 cm de largura e 2 cm de espessura. A cor é amarelo-vidrada e tostada na parte superior. Por vezes o seu comprimento atinge os 20 cm. A massa é preparada com farinha, açúcar em pó, ovos e manteiga. O recheio de doce de ovos é preparado com gemas de ovos, calda de açúcar e amêndoa, até se obter uma consistência cremosa. Cada bolo pesa cerca de 120 g.
História:
Os Pampilhos não têm uma longa tradição por si próprios, mas têm-na na medida em que foram «imaginados» em homenagem ao homem do Ribatejo, mais propriamente ao campino que na lezíria guarda os touros.
O pampilho é a vara comprida com que o campino dirige os animais, e daí o formato do bolo. O bolo é uma criação, de há cerca de 30 anos, do Sr. Diamantino Veloso, então pasteleiro da Pastelaria Acides (local onde os alunos da Escola Agrária da região e a elite dos «forcados de Santarém» se reuniam habitualmente para confraternizar).
Desta maneira a pastelaria homenageou as gentes ribatejanas ligadas aos mais conhecidos ex Libris do Ribatejo: o touro e o cavalo.
Aventure-se a fazê-los, se correr mal, encontra-os em qualquer pastelaria tradicional:
Ingredientes (6 pampilhos)
Para a massa:
1 ovo + 1 gema p/ pincelar
130 g de açúcar
130 g de margarina amolecida
300 g de farinha
Para o recheio de ovos-moles:
130 g de açúcar
6 gemas
70 ml de água
canela p/ polvilhar
Confeção de modo tradicional
Misture o açúcar com a margarina amolecida e o ovo.
Junte a farinha e trabalhe a massa energicamente.
Deixe repousar cerca de 30 minutos e, entretanto, prepare os ovos-moles.
Prepare uma calda, levando o açúcar com a água ao lume até atingir o ponto de pasta (quando atinge os 101º C, altura em que começa a aderir à colher uma pequena camada de açúcar).
Desfaça e bata ligeiramente as gemas e deite a calda sobre elas, em fio, sem parar de mexer.
Leve ao lume a engrossar, mexendo sempre para que não se pegue. Deixe arrefecer.
Estenda a massa numa superfície enfarinhada, usando um rolo também polvilhado com farinha, de forma a obter uma espessura de aproximadamente 4 milímetros.
Corte a massa em retângulos de 15×10 cm. Recheie uma das metades com os ovos-moles, polvilhe com canela e enrole com a outra metade da massa, formando uma espécie de torta.
Coloque os pampilhos num tabuleiro forrado com papel vegetal, pincele com a gema ligeiramente batida e leve ao forno, pré-aquecido a 250º C, cerca de 5 minutos. Após este tempo, mantenha só o termóstato superior do forno ligado e toste a superfície dos bolos cerca de 3 minutos.
NB: Não deixe os pampilhos cozerem muito para não ficarem rijos e secos.
Pampilho de Santarém
Reviewed by Marta Rainier
on
maio 06, 2019
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Por favor se faltar alguma tradição ou costume, lembre-se de mim, quero saber, para a incluir, e comente