Dança do Fandango

A
o contrário do que é do conhecimento comum, o fandango não é uma dança exclusiva do Ribatejo. Pelo menos é assim que reza a historia desta dança que já vem de longe. Já no século XVI, Gil Vicente usou o termo “esfandangado”, no entanto, nada comprova que a sua utilização tivesse algo a ver como que se chama hoje “fandango”. 


Mas foi só em setecentos que as influências vindas de Espanha foram um marco importante no destino do fandango. Várias foram e as fases que estiveram nos bastidores da dança, ao longo destes séculos.

As mitologias que se foram edificando fazem-nos crer que o fandango é uma dança exclusiva do Ribatejo, mas a verdade é que a história desmente esta ideia. Tal como já referimos, o fandango chegou até Portugal no século XVIII, vindo dos palcos do teatro espanhol. 

Em Portugal, o seu ritmo contagiante invadiu o país, primeiro no círculo da aristocracia como dança de salão, depois nas tabernas, em ambiente de homens. E a sua influência foi tal que até aos conventos o fandango chegou, nessa altura dançado também por mulheres que rodopiavam ao som da música e do estalido dos dedos.


A voluptuosidade e o ginete com que era dançado eram tais que o fandang­o acabou por ser caracterizado como uma dança obscena, que servia muitas vezes de instru­mento de sedução. Assim, na segunda metade do século XVIII vivia-se uma onda de “obsessão” pelo fandango que se estendeu a todo o pais e que adquiriu um cunho próprio, de acordo com a região em que se radicou.

Dançava-se no Minho, no Douro Litoral na Beira Interior e na Beira Litoral, onde ainda no início do século se tocavam fandangos nos arraiais. E no Minho ainda há quem chame “afandangados” a alguns viras. Mas foi no Ribatejo que eles ficaram conhecidos como tal.

Dança do Fandango Dança do Fandango Reviewed by Marta Rainier on abril 24, 2019 Rating: 5

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