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"Não vás ao mar toino”. Este é um dos versos mais populares do vira da Nazaré. Como não poderia deixar de ser, em terra de pescadores, o mar é quem mais ordena. Põe e dispõe da vida das gentes. É dele que depende o seu dia-a-dia.
É ele que lhes dá o pão, as alegrias e as angustias. E para expressar tudo isso, os pescadores e as suas mulheres sempre deram primazia à música e à dança. Prova disso são os ranchos folclóricos que foram surgindo naquela localidade piscatória.
Antigamente, mal vinham da faina do mar, os pescadores pegavam no harmónio, num cântaro e num abano de assar a sardinha, numa garrafa e num garfo, que colocavam dentro para dar ritmo, nuns ferrinhos, nas velhas violas, nas flautas e nas pinhas que passavam uma na outra e partiam para a folia, para as festas da Senhora da Luz, de S. Brás e de Santo Amaro, nos arredores da Nazaré.
É que apesar dos perigos a que estão constantemente sujeitas, as gentes do mar têm uma alegria esfuziante que deixam transparecer nas danças ritmadas. Cada peça de roupa com que encenam o vira tem um significado próprio.
Os homens vestem a camisa de xadrez e as ceroulas de trabalho, colocam o barrete na cabeça, que serve para levar o tabaco, o dinheiro e também para proteger do sol e do frio e rematam com a faixa na cintara, que na faina tem a função de corda, caso caia alguém ao mar.
Dança do Vira da Nazaré
Reviewed by Marta Rainier
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abril 19, 2019
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