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jogo do pau (também chamada de esgrima lusitana) é uma técnica de luta, em que a arma é um simples pau direito e liso com 1,50 m de longo, adaptado a meios rurais, ou com um bastão de uns 80 cm de longo, bastão de combate, adaptado a meios urbanos, manejado pelos contendores, que procuram por um lado, atingir o adversário e, por outro, defender-se dele, sendo considerada como uma arte marcial de defesa pessoal.
Em Portugal o povo desenvolveu um sistema de combate usando como arma o cajado que acompanhava os pastores e camponeses, e que veio a ser conhecido pelo nome de Jogo do Pau Português.
Já bem dentro do século XX, eventos com o jogo do pau eram ainda frequentes por Portugal inteiro, com destaque para o norte do país, em feiras e romarias. Por vezes, aldeias inteiras envolviam-se em rixas, outras vezes as lutas eram individuais, ou de um jogador contra vários. Era o tempo dos “puxadores” (nome que se dava aos jogadores do Norte) e dos “varredores de feiras” (jogadores afamados que se deslocavam às feiras e romarias para desafiarem outros).
Em Portugal, havia duas áreas distintas onde ele se praticava, uma nortenha, compreendendo as províncias do Minho, Douro Litoral, Beira Alta e Beira Litoral e uma outra mais a Sul, compreendendo o Ribatejo e parte da Estremadura (incluído Lisboa).
Há quem pretenda encontrar, se bem que tal teoria permaneça muito discutível a origem deste tradicional jogo português no Minho, e que daqui se teria estendido a Trás-os-Montes e às Beiras., e depois, com as migrações para capital, os minhotos também terão levado o jogo que se espalhou pela Estremadura e Ribatejo.
Indubitável é, todavia, que o jogo do pau, do ponto de vista da sua natureza, do seu significado cultural e do contexto geral em que se integrava, apresenta-se sob duas formas perfeitamente distintas: uma o jogo-combate, que era uma luta propriamente dita, autêntica dura e rude, que visava efectivamente dominar ou inutilizar os adversários (predominantemente no Norte) e a outra o jogo-desporto, torneio atlético, combativo, exibicionista, mas sem intuitos agressivos (dominante no Sul).
Com efeito, o homem rural nortenho, geralmente, não possuía armas de fogo, mas, apesar disso, vivia numa atmosfera de violência e de perigo latente em que as agressões e os ataques eram sempre de recear, associado, em tempos mais antigos, a um banditismo à mão armada que infestava os lugares mais solitários e ermos.
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Os tempos mudaram, as condições sócio-económicas e culturais também, pelo que, hoje em dia, já não se pretende “varrer feiras”, nem “ajustar contas”, mas sim dominar um técnica, educar a mente e o corpo, desenvolver capacidades de decisão e rapidez de reflexos e para isso, existem algumas escolas espalhadas pelo país. que poderá ver no site de esgrima lusitana.
Ficam aqui ainda alguns livros para quem queira saber um pouco mais sobre o assunto:
November 1, 2005, Chivalry Bookshelf
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1886, Albino Afonso d'Oliveira
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1992, Câmara Municipal da Angra do Heroísmo - Divisão dos assuntos culturais e relações públicas
Jogo do pau
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1963, Tipografia Almeida
Jogo do Pau (Esgrima Lusitana)
Reviewed by Marta Rainier
on
abril 20, 2019
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Por favor se faltar alguma tradição ou costume, lembre-se de mim, quero saber, para a incluir, e comente